segunda-feira, 8 de abril de 2013

Dia mundial do Combate ao Câncer

Em 8 de abril comemora-se o Dia Mundial do Combate ao Câncer, a data foi criada com o intuito de ampliar e disseminar o conhecimento popular sobre a prevenção e o tratamento do câncer. Para termos uma ideia da importância deste assunto, segundo uma estimativa publicada no ano passado, a doença mata, no Brasil, cerca de 300 mil pessoas ao ano, além disso, mais de 800 mil novos casos são registrados todos os anos.
Infelizmente, por aqui, por falta de recurso assistencial, ainda se morre antes de outros países mais desenvolvidos. Além disso, muitos ainda morrem por falta de informação e de medidas preventivas. Um estudo publicado recentemente na revista Science Translational Medicine, mostra que mais da metade dos tumores que afligem a humanidade poderia ser evitada, ou seja, os métodos e tratamentos preventivos ainda são a melhor forma de combate ao câncer. Segundo um dos principais pesquisadores do estudo, o médico e professor Graham Colditz, está na hora da ciência colocar em ação todo o conhecimento adquirido para implantar medidas preventivas com a finalidade de reduzir a incidência do câncer.
Um grande vilão da saúde é o cigarro, causador de 75% dos tipos de câncer no pulmão e, novamente, faltam ainda medidas educativas efetivas sobre o malefício que o fumo pode ocasionar, pois fazer um fumante parar de fumar ainda é algo muito difícil. Em São Paulo, por exemplo, em 2009, o governo do Estado sancionou a Lei Antifumo. Com a lei ficou proibido fumar em ambientes fechados de uso coletivo como bares, restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais. A nova legislação estabelece ambientes 100% livres do tabaco. A propositura foi um marco para o nosso Estado e uma verdadeira vitória para a população.
Um estudo feito pelo Instituto do Coração (Incor), do sistema HC-FMUSP, mostrou que, com a lei, os ambientes fechados passaram a ter 73% menos de monóxido de carbono do que tinham antes. Mas ainda são poucas as medidas de combate e prevenção a esta doença, em especial, no Estado de São Paulo. Os métodos preventivos podem não ser tão eficientes em curto prazo, porém os efeitos positivos poderão ser verificados em 10 ou 20 anos, além disso, os custos que inicialmente parecem grandiosos poderão reduzir os gastos futuros com tratamentos complexos. É o caso da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), que, se for utilizada em meninas antes do início da vida sexual, tem uma eficácia superior. Mas, infelizmente, ainda são poucos os pais que parecem saber da relevância desta vacina e ainda não há a distribuição gratuita do medicamento em postos de saúde.
Hoje, muitos leitos em hospitais públicos brasileiros são ocupados por mulheres com o câncer em estado avançado, entretanto, a doença poderia ter sido evitada por meio da prevenção. No Brasil, a média é de 18 mil casos de câncer de colo de útero detectados por ano. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), uma mulher morre todos os dias no País em decorrência do câncer de colo de útero. A OMS informou, em 2008, que, até 2025, deve haver um aumento de 87% na taxa de novos casos no Brasil. Os números impressionam, mas impressiona mais ainda ver que pouco ainda tem sido feito para reverter essa situação.
Tentando melhorar esses lamentáveis índices, em 2008 apresentei aqui na Alesp o PL nº 287, que disponibiliza, nas unidades de saúde do Estado, a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) e o câncer de colo de útero. A propositura foi bem recebida pela imprensa e pela população, mas o Projeto de Lei ainda aguarda ser aprovado.
Infelizmente, pelo menos por enquanto, ainda não podemos comemorar o dia 8 de abril, pois ainda lamentamos as muitas vidas ceifadas por esta doença. As mudanças nesses números só poderão ser alcançadas com medidas preventivas baseadas em transformações políticas, e isso só poderá acontecer quando projetos como o 287/2008 forem implantados.

*Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e líder da bancada na Assembleia.

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