Nesta semana cerca de 50 estudantes
atenderam ao chamado do grupo conhecido como Frente Uspiana de
Mobilização Antiproibicionista, a Fuma, e foram ao prédio da FFLCH
(Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), da Universidade de
São Paulo, acender cigarros feitos de orégano. Segundo reportagem do
Jornal da Tarde, os organizadores afirmaram que não seriam fornecidas
drogas no evento, mas alguns estudantes fumavam maconha durante a
exibição de filme, já no primeiro dia do evento.
Segundo a “Nota de esclarecimento da
Fuma”, o ato visava apenas “marretar os muros de hipocrisia que escondem
os comportamentos criminalizados”. No final do ano passado, três alunos
da FFLCH foram detidos pela PM quando fumavam um baseado. Em seguida,
um pequeno grupo de alunos enfrentou a polícia, invadindo a reitoria da
universidade para protestar contra a presença da PM por ali. O ato
deixou a opinião pública, alunos e professores divididos.
A “Nota de esclarecimento da Fuma”
afirmou que a “Semana da Barba, Bigode e Baseado” deveria encerrar na
sexta como uma “apologia do debate”. Entre as atividades desenvolvidas,
festas e palestras.
No ano passado o principal campus da
Pontifícia Universidade Católica (PUC), no bairro de Perdizes, em São
Paulo, também virou noticia quando o reitor da instituição, ciente de
que os alunos haviam marcado uma festa de apologia ao uso da maconha,
batizada de “1º Festival da Cultura Canábica”, fechou o campus,
suspendendo as aulas.
A questão é: será mesmo que satirizar o
tema ou programar eventos é uma forma efetiva de debate? Creio que
debater o assunto seja saudável para a sociedade, mas fazer apologia ao
uso das drogas não irá resolver a problemática.
Não existe droga mais ou menos fraca, drogas diferentes causam problemas diferentes; a maconha altera os reflexos, diminui a capacidade de percepção da pessoa e pode causar inclusive problemas de memória e aprendizado, ou seja, faz mal à saúde da mesma maneira que outras consideradas mais fortes. Uma das substâncias da maconha, o THC, pode aumentar o risco de o indivíduo desenvolver a esquizofrenia.
Não existe droga mais ou menos fraca, drogas diferentes causam problemas diferentes; a maconha altera os reflexos, diminui a capacidade de percepção da pessoa e pode causar inclusive problemas de memória e aprendizado, ou seja, faz mal à saúde da mesma maneira que outras consideradas mais fortes. Uma das substâncias da maconha, o THC, pode aumentar o risco de o indivíduo desenvolver a esquizofrenia.
O problema é que se a falência da
política mundial de combate às drogas ou da chamada guerra às drogas é
algo evidente, liberá-la também não é a opção que resolverá o problema. A
Holanda, por exemplo, usada como referência por aqueles que defendem o
uso e a venda da maconha, começa a rever suas posições liberais em
relação às drogas e a prostituição, por isso ter gerado uma situação que
fugiu ao controle. A região do De Wallen, famosa pelo uso livre de
drogas e também pela prostituição, tanto se afundou em um processo de
degradação e criminalidade que o governo local passou a limitar mais
esse tipo de postura. Pesquisas revelam que, atualmente, 67% da
população holandesa é favorável a medidas mais rígidas.
A Holanda, assim como países mais
liberais com relação às drogas, não pode mais ser usada como referência
porque descobriu que liberar ou proibir não soluciona nada. O que
precisa existir é uma política pública efetiva de informação e educação
em torno das drogas e dos efeitos que elas causam, somado ao tratamento e
ressocialização do dependente.
Não faz nenhum sentido fazer apologia de
uma droga, nem mesmo que ela seja lícita. Como defender algo que
provoca dor ou mesmo a morte? Nossos jovens precisam entender que o
importante mesmo não é defender as drogas, mas defender a vida, a
educação e a família; e drogas não combinam com nada disso.
*Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e líder da bancada na Assembleia.
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