sexta-feira, 4 de março de 2011

Instituto Butantan: um trabalho que deu certo


Já usei este espaço por diversas vezes para denunciar a falta de incentivo e investimentos em ciência e educação no Brasil. Mas não poderia deixar de registrar aqui o orgulho que tenho de ter em nosso Estado o Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo, responsável por mais de 93% do total de soros e vacinas produzidas no Brasil, entre elas vacina contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e influenza sazonal e H1N1.

Atualmente, o instituto, que é vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, desenvolve estudos e pesquisa, além de ser um centro de produção de vacinas e soros. O Butantan realiza missões científicas no país e no exterior através da Organização Mundial e Panamericana da Saúde, da Unicef e da ONU. Colabora também no combate a surtos epidêmicos com órgãos da Secretaria da Saúde e do Ministério da Saúde, National Institute of Health, dos EUA, Bill & Melinda Foundation e fundação do Bill Gates.

Além disso, o instituto realiza cursos e estágios de aperfeiçoamento aos técnicos da própria instituição e também de outras, e disponibiliza publicações que são oferecidas a empresas, estudantes e à população em geral. O Butantan está situado em um invejável espaço, localizado na Av. Vital Brasil, 1500, no Butantã, região Oeste de São Paulo, em um parque com cerca de 80 hectares e mais de 62% de área verde. Vizinho da Cidade Universitária, o local atrai mais de 300 mil pessoas anualmente e é um dos principais pontos turísticos da cidade.

O governo paulista resolveu adquirir o espaço conhecido como Fazenda Butantan para instalar um laboratório de produção de soro antipestoso, já que em 1889, um surto de peste bubônica se propagava no porto de Santos. Vinculado ao Instituto Bacteriológico (atual Adolpho Lutz), o laboratório foi reconhecido como instituição autônoma em fevereiro de 1901. Hoje, além de possuir uma imagem centenária de qualidade e ter suas pesquisas reconhecidas internacionalmente, mantém em seu parque um centro de exposições, os museus Biológico, Histórico, de Microbiologia e o Museu do Emílio Ribas.

Segundo o instituto, sua missão é desenvolver pesquisas e produtos que contribuam para o acesso a saúde, compartilhando conhecimento com a sociedade, e sem dúvidas esse objetivo tem sido contemplado nesses anos, já que boa parte dos estudantes de todo o Estado já visitaram ao menos uma vez o local para extrair um pouco de conhecimento científico.

Além de ser uma referência para a comunidade cientifica, a Instituição mostrou sua capacidade de dar a volta por cima mesmo após a tragédia que aconteceu no ano passado, em que um incêndio atingiu o laboratório de répteis e destruiu o maior acervo de cobras do país. As perdas atingiram algo em torno de 500 mil amostras de animais mortos e em estado de conservação, cerca de 70 mil espécies. Realmente, o Instituto é merecedor de todo esse destaque e felizmente já começaram a construir uma nova estrutura para o antigo Prédio das Coleções. As obras que foram iniciadas neste mês devem terminar ainda em 2011.

Este é um belíssimo exemplo de incentivo à divulgação da ciência em nosso país. Espero que outras instituições alcancem este destaque que o Butantan conseguiu depois de um século de trabalho. O Brasil pode se destacar como centro criador de novas tecnologias, vacinas e medicamentos. Nosso país tem matéria prima e ótimos pesquisadores para isso. Agora só falta incentivo para que a população entenda a importância da ciência, e isso se faz ainda na escola, propondo já para a criança uma análise sobre a ciência atual e provocando-a para olhar a natureza e a tecnologia de maneira a investigá-la. É necessário investir também em institutos e centros de pesquisa acadêmicos, porque vêm daí as maiores pesquisas e descobertas cientificas de todos os tempos. Parabéns Instituto Butantan.
(dados obtidos em: www.butantan.gov.br)

*Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e presidente estadual do partido. Participa das comissões de Defesa dos Direitos do Consumidor e de Economia e Planejamento da Assembleia.

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