
A Comissão da Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões
Sociais, presidida pelo deputado Adriano Dias (PT) informa que estão
abertas, até as 16 horas do dia 20/10, as inscrições para a 18ª edição
do Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos.
As indicações para o prêmio podem ser feitas por parlamentares ou
entidades de defesa dos direitos humanos com atuação reconhecida no
Estado de São Paulo. Junto com a indicação, deverá ser encaminhado um
breve histórico da atuação da entidade ou pessoa indicada na promoção e
defesa dos direitos humanos.
A secretaria da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da
Cidadania, da Participação e das Questões Sociais receberá as
inscrições, por escrito, , sala 1060 do Palácio Nove de Julho, ou por
fax, no número (11) 3886-8078, ou ainda pela internet, no e-mail
cdd@al.sp.gov.br.
A definição dos escolhidos ocorrerá por decisão da maioria dos
integrantes da Comissão de Direitos Humanos, e os premiados farão jus a
um pergaminho emitido pela comissão e pela Mesa Diretora da Assembleia.
Receberão também um prêmio em pecúnia, de valor a ser determinado. A
cerimônia de premiação, a ser realizada no plenário Juscelino
Kubitscheck, ocorrerá em sessão solene pelos Direitos Humanos, por
ocasião da celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos, no mês
de dezembro de 2014.
Santo Dias e a luta contra a ditadura
O prêmio é uma das mais importantes honrarias brasileiras. Leva o nome
do operário metalúrgico Santo Dias da Silva assassinado por um policial
militar em outubro de 1979. Santo Dias integrava o comando de greve,
liderava piquetes e mobilizava os trabalhadores para a paralisação.
Muito ligado à Igreja Católica, Santo militou, nos anos 60, nas
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Na década seguinte, ajudou a
fundar a Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo e, em plena
ditadura, participou do Movimento do Custo de Vida, exigindo preços mais
baixos e salários mais altos para os pobres. Em 1978, chegou a
disputar, pela oposição, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São
Paulo, mas não venceu.
Em outubro de 1979, pouco depois da edição da Lei da Anistia, enquanto
distribuía panfletos convocando operários para uma greve, em frente à
fábrica Sylvania, na zona sul de São Paulo, a polícia tentou prender
alguns de seus colegas. Num momento de tensão, foi baleado pelas costas
por um PM. Santo tinha 37 anos, e deixou dois filhos e esposa. Sua morte
mudou os rumos da greve de São Paulo, Osasco e Guarulhos, desencadeada
dois dias antes do crime, e acelerou o fim do regime militar.
A história de Santo Dias se cruza com a de vários líderes que lutaram
pela redemocratização do país. Em plena ditadura, a opinião pública não
se calou. O deputado Ulysses Guimarães e o senador Franco Montoro, ambos
do MDB, protestaram. Dezenas de milhares de trabalhadores ” alguns
veículos citam 15 mil, outros 30 mil ” compareceram ao velório de Santo
Dias na Catedral da Sé, em 31 de outubro daquele mesmo ano. “Quase nada
está certo nesta cidade, enquanto houver duas medidas: uma para o
patrão, outra para o operário.”, discursou dom Paulo Evaristo Arns,
presidindo a missa de corpo presente.
O prêmio foi criado com a aprovação, pela Assembleia Legislativa, da
Resolução 779/1996, apresentada pelo ex-deputado Renato Simões (PT).
Seus objetivos são reconhecer e valorizar o trabalho de pessoas e
entidades que lutam pela defesa dos direitos humanos; incentivar ações
da sociedade civil em defesa dos direitos humanos; e firmar o
compromisso do Legislativo Paulista na defesa dos direitos fundamentais
da pessoa humana.
Texto: Portal Alesp